Ano de copa
Celos... pudo el amor ser distinto... Redes, trampa mortal en mi camino. Y en un café, un café de ciudad, me contaste otra vez tu destino...
Perdi um botão verde, ganhei um livro laranja. De sapatos novos, andei por ruas desconhecidas como se sempre estivesse por ali. Pisando no azul brilhante, por caminhos que já fiz. Conversando com pessoas novas, sorrindo por trás do batom vermelho, juntando palavras diferentes, dizendo as mesmas coisas. Toujours, siempre.
Cortando a música, uma dor de caco de vidro verde, te conheço tão bem, oh! você nem mudou de cor. O endereço é o mesmo, nome, sobrenome, olhar, bizarre love triangle. Me cerca nas ruas, no hall do prédio, no supermercado, nas mesas com sofás vermelhos, no bar, na pista, rodando em luzes piscantes. Nas mensagens que apitam no celular. E eu de preto. Luto para sempre. Caminhando, caminhando.
"A memória não se apaga, se ressignifica". Eu quero ressignificados de vestido novo, casaquinho listrado e sandália de fivelas. De certezas, por favor, qualquer uma delas. De um quadro branco da bienal de são paulo de 1967 com quadrados vermelhos que dançam quando você aperta os olhos. Quero poesia concreta, bairros em processo de verticalização pelas ladeiras onde a chuva vira cachoeira. Com o clichê dos sorrisos sinceros, aqueles eu deixei de reconhecer em algum lugar, em alguma calçada, em alguma final de copa do mundo.
Para ajudar, comprei cordões finos e dourados, onde passeiam cavalos alados, pombinhas brancas e um trevo de quatro folhas. E comecei a usar saias, muitas, com fileiras de botões, para que eu perca vários deles e ganhe muitas outras coisas no lugar.
4 Comments:
Ai, Rita, que lindo lindo lindo! Poxa, você poderia escrever mais, né? É ruim não ter nem ideia de quando terei esse prazer de leitura de novo...
Nem tenho palavras... Lindo demais, como sempre!
a rita e a unica que devaneia e eu acho bonito. o resto e tudo phumado.
gente, tava pensando hoje que quando eu for revolucionar a escrita eu ia normatizar o vezenquando e o quinem e aí acabei caindo aqui. isso vai acontecer mais ou menos na mesma época que eu virar cantor, c'est-à-dire nunca.
mentira, não caí aqui tão por acaso assim. caí sim foi num link da galileu, achei que era a sua revista por um desses vínculos mnemônicos (usar essa palavra não é pretensão, eu só acho lindo começar com mn), joguei no google e me voici no primeiro link.
eu sou o seu compatriota de algumas aulas matinais, só pra situar. acho que já dá pra identificar. :)
enfim, gostei.
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