vezenquando

Friday, September 28, 2007

J'ai été amoreux de Paris et Paris a été amoreux de moi...

... quando desci do metrô sujo e não sabia para onde ir. Tout drrroit. E fui recebida com um sorriso claro, um abraço e um mapa. Quando as ruas cheias de gente me faziam anônima. Ao subir uma ladeira imensa, virar as costas e ver a torre Eiffel, como numa cena das Bicicletas de Belleville. Meu primeiro étonnement nesse pais estranho. Quando estiquei o braço para tirar foto com a lapide do Oscar Wilde... umas 20 vezes. Quando o sol abriu depois da chuva e cada passo ao longo do canal Saint Martin era um acorde do Wandula - e não do Yann Tiersen. Ao fazer uma promenade no Jardin das Tulleries e não no Bois de Boulogne, como faria o Maupassant. Quando Louvre se abriu de graça no fim da tarde e a Monalisa até sorriu para nos. E andar muito e sempre e ficar atordoada quando, no fim da tarde, a roda gigante se acendeu ao parfum de crèpe au chocolat. E de noite, sentar na ponte sobre o Sena, ver as luzes dos prédios e bater papo, calma e tranquilamente, como se estivesse em casa. Quando não me senti uma viajante sozinha, mesmo sendo uma viajante sozinha. E encontrar dezenas de lojas de affiches et, voilà, o cartaz do Moulin Rouge, finalmente. E ai esquecer da hora, do dia da semana, do Arco do Triunfo e para que lado ficava a rive gauche. Quando dei tres voltas na ilha porque nunca lembro que as placas francesas indicam o lado errado. E ver a Notre Dame quase fechando, com missa, coro, sinos e vitras coloridos. Ao subir muita escada e encontrar a Sacre Coeur numa noite cheia de brasileiros. E voltar caminhando sobre os paralelepipedos, rindo, feliz e sem pagar nada. Quando não conseguia sair da frente da torre Eiffel, iluminada e imponente. Porque so as cidades grandes e dificeis me importam. As que parecem tocar musicas no acordeon, ter gosto chocolate quente enquanto chove, macio e confortavel como uma amiga antiga. Como quem me apresentou o lugar. Respirando milhões de oportunidades. Porque so consigo viver de deslumbramentos.

4 Comments:

At 7:14 PM, Blogger undergroundousubway said...

nao sei..tambem tenho essa coisa por cidade grande..parece que so aqui que a vida realmente acontece e, ao mesmo tempo, estou comecando a sentir falta de pessoas falando bom dia para o motorista de onibus.
Poxa, me escreva de vez enquando. Sinto sinceras saudades. Muitas. De verdade.

 
At 9:02 PM, Blogger Mariana said...

Petite, alimente olhos, ouvidos, narinas, alma. Ainda hoje me abasteço da magia que colhi por essas bandas. A emoção de ser surpreendida pelo olhar da torre Eiffel é como uma paixão à primeira vista.

 
At 11:18 PM, Anonymous Anonymous said...

lindooooooooo!!!!
adoro as suas descrições, menina!
beijo, beijo, beijo.

 
At 2:54 AM, Blogger Mari Carpanezzi said...

então é simples assim (a vida, claro): deslumbramentos são necessários, nunca supérfluos, né ritinha?
saudades. quero estar aí com você. acho que de um certa maneira eu já estou...

 

Post a Comment

<< Home