Saudades
De sagu de vinho. De sentar no pátio da reitoria, no lado da Amintas de Barros e tomar sol a tarde toda, sem culpa. De ficar horas na biblioteca descobrindo autores. De não saber o que significa empírico. Do cheiro de cigarro da Cinemateca. De voltar sozinha pelo Largo da Ordem e comprar uma flor para mim. De ver os tetos da cidade do terraço do museu, onde um relógio marca sempre 10 para as 4. De tomar chuva e não ficar resfriada. De andar pela Rua XV com minha sombrinha vermelha. De entrar em brechós e experimentar tudo dando risada. De revelar fotos PB ouvindo Morphine, Blues Explosion e Portishead. De sonhar e lembrar dos sonhos. De voltar de carro ouvindo Baby you can drive my car... Das marcas de copos no tampo da mesa do Café do Teatro. De tomar café na soleira da porta, com solzinho frio. De olhar o pôr do sol da varanda de casa. Daqueles abraços apertados. De chorar tudo, tudo, tudo no Memorial da Cidade e depois passar. De entrar em exposições de graça, no meio da tarde. De comer e não engordar. De deixar presentes na portaria do prédio. De encontrar presentes na portaria do prédio. De escrever cartas. E mandar. De ouvir que eu sou uma pessoa incrível. De sair para jantar e depois ficar conversando, conversando, até o restaurante fechar. Aliás, de jantar fora. Da minha mãe me esperando de madrugada. Da risada do meu pai. Da rabugice do meu irmão. De passear com minhas cachorras. Aliás, de ser reconhecida por elas. De fim de semana na praia. De poder dormir às 4h e não ficar com sono no outro dia. Do nhoque do Vecchio Torino. Do macarron da Douce France. Aliás, das conversas no sábado de manhã com chefs franceses. De procurar presentes para as pessoas queridas e encontrar. De tomar café da manhã com tempo, lendo o jornal. De fazer gravuras. De tocar piano. De ir de carona para a Zona Sul escutando Radiohead e ouvindo histórias sobre a infância. De procurar o MIS. De cantar bem alto, dentro do carro, na volta prá casa. De receber cartões postais. De ganhar cds gravados. De dar risada no Filial. De acordar com canto de passarinhos. E de várias pessoas que, mesmo próximas, estão longe.
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Como diria minha amiga Pati Stavis, a regra é clara: Nessa vida, ou morro de sono ou de saudades.
4 Comments:
Que lindo, Rita. Saudade de você, aliás!
;-)
tava inspirada, hein?
beijocas!
tava inspirada, hein?
beijocas!
e não é que padeço do mesmo??? ói, ói... o trem não, abestalhada! ói eu de volta traveiz!!!
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