vezenquando

Tuesday, July 06, 2010

De macarrões

"Y sí, algunas cosas salen bien, otras salen mal. En fin, la vida es un tallarín. No son mis papás pero son como mis tíos. Siguen juntos, están de novios, ¡se quieren tanto! Al mes, el hombre llegó a la luna. Armstrong me cagó, me ganó de mano, qué se le va a hacer... Igual yo ya estaba un poco más feliz en este planeta, había decidido quedarme acá y ser escritor."

Acho que foi em um dia em que o sol entrava por baixo da persiana e falávamos de filmes. De coisas bonitas, de diálogos divertidos, você levantava a mão e gesticulava bastante quando a frase valia a pena. E eu ria. E anotava mentalmente aqueles momentos que eu sempre quis viver. E você dizia com os olhos muito abertos que eu devia ver essas coisas porque muito era bonito e delicado e era a minha cara. E eu sorria, mas não entendia. Nunca compreendi muito bem essas pessoas que me olham e me entendem mais que eu. Enfim...

E aí os anos passaram e as coisas foram se enrolando, começos, fins e, de repente, os dois pedaços do fio se juntam. Em uma manhã de sol frio eu volto correndo para um fim de ano esquisito e vejo na minha frente sob um guarda-sol muito claro o que poderia ter sido. Livros, galileus, vontades, ideais, coisas que deram certo, coisas que eu perdi, outras que ganhei, revistas, esperanças, tudo ali, espalhado sobre a mesa. E alguém pergunta se eu quero, e eu digo sim. Faz muito tempo, mas só agora eu tenho coragem de sim. E eu penso se aquela pessoa na minha frente é a mesma que um dia vendo uma tela de computador concordou que era impossível não se apaixonar por uma menina tão fofinha... Tem coisas que eu anoto e nunca mais esqueço.

É que às vezes é incrível como tudo parece conspirar. Quando surgem pessoas com identidades secretas que desaparecem em mistério. Mas, de uma maneira improvável, têm pontinhos de contato com tudo isso que está acontecendo. Porque conhece alguém que conhece alguém e, na distância, parece tanto com você. Quando eu decido, mais uma vez, jogar o estável fora. Ou quando uma voz muito calma me diz que, pfff, não tem nada a ver tentar parecer ser diferente do que é. E eu concordo em silêncio, pensando se um dia alguém vai, de novo, enxergar através dos óculos e dizer que é impossível não gostar de alguém tão lindo. Nesse dia, eu nem vou mais querer morar na Lua... e talvez possa decidir quedarme acá y ser escritor...